Ifap oferta o primeiro curso de Medicina Veterinária do Amapá

Candidatos devem se inscrever no Sisu 2020 para concorrer às 30 vagas ofertadas no Campus Agrícola Porto Grande

Medicina Veterinária será o segundo curso superior do campus Porto Grande, que tem vocação agrícola

A partir de 2020, os estudantes amapaenses, bem como de qualquer parte do país, terão a opção de cursar Medicina Veterinária no Amapá e em uma instituição federal de ensino superior gratuita. Inédito no estado, o curso será ofertado pelo Instituto Federal do Amapá (Ifap) no Sistema de Seleção Unificado (Sisu), cujas inscrições ocorrerão de 21 a 26 de janeiro de 2020. Serão ofertadas 30 vagas e as aulas iniciarão no segundo semestre, no Campus Agrícola Porto Grande. É importante ficar atento ao calendário do Sisu no endereço www.sisu.gov.br. Para saber mais, clique aqui.

“Por ser o primeiro do Amapá, esse curso já vem gerando muita expectativa. É uma área em grande demanda para o mercado de trabalho, podendo o profissional quando se formar optar por ingressar na carreira pública, abrir seu próprio negócio ou trabalhar em empresas privadas. O sucesso desse profissional é garantido”, afirmou o diretor-geral do Campus Agrícola Porto Grande, José Leonilson da Silva Júnior.

De acordo com Leonilson, o Ifap já conta no campus com corpo docente para suprir a necessidade dos primeiros semestres do curso de Medicina Veterinária e novos profissionais serão contratados através de concurso público, que está em aberto. No próximo ano, serão iniciadas obras para construção de laboratórios específicos para o curso e um pavilhão de salas de aulas destinado ao ensino superior.

A carga horária total do curso será de 4.108 horas, com tempo de integralização de, dez a 14 semestres. As aulas ocorrerão na modalidade presencial em horário integral.

Verticalização em ciências agrárias

A criação do curso de Medicina Veterinária é a efetivação da proposta de verticalização do ensino pelo Ifap, que, no caso do Campus Agrícola Porto Grande, ocorre no eixo das ciências agrárias. Este é o segundo curso superior da unidade, que já tem duas turmas de Bacharelado em Engenharia Agronômica, implantado em 2018. O campus oferta ainda cursos técnicos de nível médio em Administração, Agroecologia, Agronegócio e Agropecuária. Atualmente, há cerca de 500 alunos matriculados, entre cursos técnicos de nível médio nas modalidades integrada, subsequente e Proeja e no ensino superior, no total.

Instalado em uma área de 339 hectares, na entrada do município de Porto Grande, na rodovia BR-210, km 103, o campus do Ifap dispõe de uma estrutura física com blocos administrativos, salas de aula, laboratórios, auditório, biblioteca, refeitório, galpão de máquinas, área de convivência e quadra poliesportiva coberta, além de possuir uma fazenda experimental com diversos laboratórios vivos: bovinocultura, fruticultura, suinocultura, avicultura, ovinocaprinocultura, apicultura, viveiro de mudas e casas de vegetação.

Demandas da sociedade amapaense

O Ifap irá formar médicas e médicos veterinários, com conhecimentos para desenvolver ações e resultados voltados à área de ciências agrárias no que se refere a produção animal, produção de alimentos, saúde animal e proteção ambiental. Assim a instituição espera contribuir para a formação de um profissional comprometido com a realidade social e com a busca de soluções para os problemas da sociedade amapaense.

Mesmo tendo um dos maiores rebanhos bubalinos do Brasil, o Amapá não tem grande relevância nacional na produção animal, tendo basicamente criação pecuária para subsistência. Isso é o que mostram os estudos de viabilidade do novo curso, realizados pela equipe do Ifap, revelando que há cerca de 200 médicas e médicos veterinários registrados no conselho de classe (CFMV) no Amapá, todos formados em escolas de outros estados.

Os estudos apontam que, considerando fatores favoráveis, como clima e terra disponível, a atividade agropecuária amapaense tem potencial para crescer comercialmente, contudo faltam profissionais que possam qualificar a produção e orientar o produtor no acesso a assistência e extensão rural, na obtenção de crédito e na inserção no mercado consumidor nacional e internacional.

A criação do curso de medicina veterinária tem relevância também para a saúde pública, área onde o médico veterinário atua de maneira a garantir a produção e comercialização de alimentos com boas práticas de higiene, no controle de doenças relacionadas diretamente à saúde humana (zoonoses) e no controle de pragas. Uma das mais populares atribuições do veterinário, a clínica médica e cirúrgica de animais de companhia (cães, gatos), também será contemplada no curso de medicina veterinária.

Por Suely Leitão, jornalista da Reitoria

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